Como é morar em Ipanema

Os primórdios do bairro Ipanema remontam ao final do século 19, quando o influente comerciante português Antônio Francisco de Castro adquiriu terras na região – então conhecida como "Passo do Capivara" – para fazer dali uma chácara de lazer para ele e sua família. Na época, a área não passava de uma zona rural quase desabitada da capital gaúcha. Cônsul de Portugal no Estado, ele construiu um casarão de veraneio que existe até hoje, na Rua Comendador Castro, batizada em sua homenagem, e que abrigou também temporariamente a primeira escola do bairro. 

Depois da morte do Comendador Castro, no início dos anos 1930, seus herdeiros venderam parte das terras para Oswaldo Coufal, que deu início ao loteamento do Balneário Ipanema – na época menos urbanizado do que os bairros vizinhos como Pedra Redonda, Tristeza e Cavalhada. Coufal, que queria ver o local transformado em ponto turístico, adorava o Rio de Janeiro – especialmente Ipanema, onde passava férias com a família – e inspirou-se na praia carioca para dar nomes às ruas e ao balneário. 

Durante as décadas de 1950 e 1960, Ipanema se tornou bairro residencial de classe alta, e não apenas de veraneio, como no princípio de sua história. Os moradores dessa época eram profissionais liberais afluentes da capital gaúcha, como médicos e advogados. No final dos anos 1960, contudo, a balneabilidade da região perdeu seu atrativo devido à poluição ambiental.

A partir da década de 1990, o desenvolvimento comercial e turístico na região vem encontrando eco em ações da Prefeitura, como a retirada de bares irregularmente instalados na praia e a elaboração de projetos paisagísticos para a área.